sábado, 27 de novembro de 2010

Desespero urbano

Estamos sofrendo durante uma semana sob ataques de traficantes que aterrorizam a cidade do Rio de Janeiro, sua principal estratégia é tacar fogo em carros, ônibus, vans, motos, enfim, os principais meios de transporte da população. Revoltados com as UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora), os donos das comunidades dão ordens de dentro do presídio de segurança máxima de Catanduva, no Paraná. Não querendo saber a quem estão atingindo, eles têm lugares estratégicos para montar o ataque sem a interrupção de policiais, com garrafas de gasolina eles tiram as pessoas de seus carros para então dar início ao ataque.

No alto das comunidades, os traficantes exibem sem a menor preocupação as armas para as câmeras de televisão, mostrando também aos policiais que não estão com medo de sua presença, fuzis, pistolas, granadas e rádios são carregados pelos traficantes como se fossem brinquedos. A Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, tomou providências que pegaram os traficantes de surpresa, com uma mega-operação os policiais contaram com a ajuda da Marinha, com seus blindados capazes de derrubar as barreiras montadas pelos traficantes da Vila Cruzeiro, com o BOPE (Batalhão de Operações Especiais), com 300 homens da Polícia Federal, com a Aeronáutica que mandou cerca de 2 helicópteros e o Exército Brasileiro, que disponibilizou a vinda de 800 homens para a execução da mega-operação. Sem outra alternativa, os bandidos fugiram pelo alto do morro até chegarem à comunidade vizinha, o Conjunto de Favelas do Alemão, onde reúne os traficantes que fugiram das favelas que tiveram a ocupação das UPP’s (Unidade de Polícia Pacificadora). O número de traficantes surpreende a todos, cerca de 200 homens fazem esse caminho para a favela vizinha, fugindo então do confronto pesado com os militares, durante a fuga um deles é atingido na perna por um atirador de elite do BOPE, mas em seguida um comparsa lhe arrasta pelo chão de terra para um lugar onde não se tornam alvos fáceis para os policiais. Na chegada a comunidade vizinha, muitos ficaram impressionados, os traficantes chegaram ao Conjunto de Favelas do Alemão numa fila indiana, trazendo então a proporção exata do número de traficantes na região. Sem nenhum tipo de preocupação, eles andam tranquilamente na chegada a comunidade, e ainda intimidam os helicópteros das emissoras de televisão que ali estão, apontando suas armas, que felizmente não tem a capacidade de atingi-los pela distância que havia entre eles.

Com todos esses acontecimentos, a população fica a disposição de uma ação eficaz da polícia, cansados de serem reféns dos traficantes em suas comunidades, eles apenas pedem que tudo dê certo e que finalmente eles possam viver em paz. Acostumados a ouvir tiros, guerras de facções rivais pelo controle de drogas, os moradores das comunidades da Vila Cruzeiro e do Conjunto de Favelas do Alemão, estendem panos brancos nas janelas de suas casas pedindo paz, mostrando assim a insatisfação com a presença desses traficantes.

Durante todo o dia, os policiais e militares ficaram de prontidão na Vila Cruzeiro para bater o martelo e dizer que finalmente eles conseguiram exterminar os traficantes da comunidade, mas os policiais percebem que ainda existe trabalho a fazer, um caminhão foi incendiado dentro da própria comunidade para impedir sua passagem, as labaredas foram tão intensas que atingiram a rede elétrica, deixando milhares de moradores sem luz por toda a noite, escutando somente a movimentação dos policiais que ali se encontravam, ou talvez dos bandidos que ainda tentavam escapar. Ao amanhecer, a agitação continuava não só na Vila Cruzeiro, mas também no Conjunto de Favelas do Alemão, traficantes põe fogo em pneus de ponta a ponta do conjunto para dificultar a visão dos helicópteros das emissoras de televisão, que com facilidade o avistavam durante o dia, entregando assim a sua localização aos policiais. À tarde com a chegada dos 300 policiais civis, eles cercam o Morro do Alemão e trocam tiro com os traficantes, logo em seguida a tropa do exército também chega para dar mais força a operação, e no final da tarde eles permaneceram na comunidade com uma intensa troca de tiros. Não podemos dizer que é o fim dessa operação, porque ela está apenas começando, os policiais desconfiam que cerca de 600 traficantes estejam dentro do conjunto de favelas, muitos dizem ser a Guerra Civil, outros a 3ª Guerra Mundial, mas felizmente a resposta certa seria, o fim da criminalidade numa das mais perigosas comunidades do Rio de Janeiro.

Diante dessas circunstâncias, toda a população torce para que essa operação seja um sucesso e que enfim, a paz esteja junto de nós, já que por muitos anos ela não se fazia presente dentro dessas comunidades, e se eles diziam que tinham a paz, é porque tinham medo de contradizê-los.

Abraços, Raphael.

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